Aqualtune Lab no Encontro NANET (ABONG): justiça racial, reparação e inclusão digital em pauta

Foto: Reprodução site / Instituto Odara Nos dias 28 e 29 de maio de 2025, o Aqualtune Lab participou do“Conexões para o Bem Viver: Reparação, Justiça Racial e Tecnologias Digitais”, […]

Foto: Reprodução site / Instituto Odara

Nos dias 28 e 29 de maio de 2025, o Aqualtune Lab participou do“Conexões para o Bem Viver: Reparação, Justiça Racial e Tecnologias Digitais”, em Salvador. O encontro marcou o início das mobilizações da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver e reuniu organizações negras do terceiro setor de todo o país para fortalecer agendas de justiça racial, reparação histórica e inclusão digital nas disputas por governança da internet.

Com uma programação paralela ao Fórum da Internet no Brasil (FIB), o evento criou um espaço de troca e articulação em torno de temas fundamentais como:

Representando o Aqualtune Lab, Celso Oliveira trouxe reflexões contundentes sobre os riscos de uma internet pensada apenas pelas elites econômicas e políticas. Ele destacou a urgência de ampliar a participação popular e negra nos processos decisórios da regulação tecnológica:

Durante dois dias de debates intensos, foram discutidos temas fundamentais como:

  • Universalização do acesso à internet e à conectividade
  • Regulação de plataformas digitais e da inteligência artificial
  • Racismo algorítmico e vigilância em territórios negros e periféricos
  • Fortalecimento da soberania tecnológica do Brasil

Ativistas da tecnologia em marcha por reparação e bem viver

O evento foi uma resposta política à rejeição de propostas de painéis enviados por essas organizações ao FIB, revelando o quanto as vozes negras e periféricas seguem sendo excluídas dos espaços institucionais de decisão sobre o digital.

Frente a esse silenciamento, os movimentos decidiram criar seu próprio espaço: um território de fala e ação coletiva onde as tecnologias são pensadas a partir das vivências negras, indígenas e quilombolas, como um ato de resistência, retomada e construção de futuros possíveis.

“O acesso à tecnologia e a forma como ela é regulada não podem continuar sendo pensados apenas pelas elites. É preciso descolonizar a governança da internet e incluir os territórios, os saberes ancestrais e as experiências negras e indígenas.”
– Celso Oliveira, codiretor do Aqualtune Lab

O encontro também integrou a agenda preparatória para a Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, marcada para 25 de novembro, em Brasília. Um lembrete de que toda tecnologia deve servir à vida — e não à reprodução de violências coloniais.

O que o FIB rejeitou, a história há de registrar: as tecnologias só serão verdadeiramente democráticas quando forem construídas com e a partir dos povos historicamente silenciados. Não se trata apenas de inclusão digital, mas de disputa de sentidos, linguagens e projetos de sociedade.

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