Artigos Aqualtune

Pessoas Negras em Eventos: instituições deveriam se comprometer com uma representatividade mínima

O pesquisador e diretor do Aqualtune Lab, Paulo Rená este presente no Fórum da Internet no Brasil representando o Coletivo.

Por Paulo Rená, Diretor do Aqualtune LAB, Pesquisador do Instituto Íris, Doutorando e Mestre em Direito, Estado e Constituição (UnB) | Professor (CEUB) | Pesquisador | Servidor Público Federal.

Na sessão principal do dia 1 do 12º Fórum da Internet no Brasil, o tema era “Diversidade e Gênero nas TICs: uma agenda para inclusão e representatividade“. Eu fui a primeira pessoa a usar o microfone para apresentar sugestões, conforme solicitado pela moderadora e amiga Laura Tresca (diretora do Artigo 19, conselheira no CGI.br).

Paulo Rená, diretor do Aqualtune Lab no momento da fala e sugestão para que as empresas se comprometam com a participação e o protagonismo de pessoas negras em todos os eventos e falando em pautas diversas para além das questões raciais.

Na condição de diretor do Aqualtune Lab, um coletivo de Direito, Raça e Tecnologia, expressei a seguinte ideia: pensando no Comitê Gestor da Internet, a OAB Nacional, prefeituras e empresas de maneira geral, e se organizações se comprometessem, em algum prazo fixado autonomamente, a ter algumas porcentagens mínimas de mulheres, pessoas com deficiência, etc., mas, especialmente, com uma porcentagem mínima de pessoas negras em todos os eventos, e cada mesa, em cada painel.

Seria um compromisso simples, mas a exigir uma devida ampliação do olhar, uma abertura de espaço para que se possa saber quem são as pessoas negras (homens, mulheres, não binárias, etc.) que trabalham não são só o temário da raça e diversidade. Por exemplo, no campo jurídico, você saberia listar cinco pessoas negras de destaque nas áreas de direito tributário, eleitoral, civil, e não apenas de direito à igualdade, diversidade, equidade e racismo?

A minha sugestão é a de que possam ser assumidos compromissos públicos de que num determinado prazo tal se possam firmar essa obrigatoriedade em eventos, de maneira autoimposta, para que os eventos possam ter uma proporção razoável de pessoas negras tendo suas vozes ouvidas, na condição de protagonistas cujas experiências, conhecimentos e saberes importem. Pessoas negras falando, e não apenas ouvindo.

Esse será meu foco principal no Aqualtune Lab. Minha fala está disponível na gravação integral do painel, publicada no YouTube, a partir de uma hora e vinte minutos do vídeo: